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O economista-chefe da XP Investimentos, Caio Megale, fez uma análise crítica sobre o recente decreto do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) durante sua participação ao WW da CNN Brasil. Megale argumentou que o uso do IOF para fins arrecadatórios cria grandes distorções econômicas e faz pouca justiça tributária.
Segundo o economista, o IOF é originalmente um instrumento de fiscalização e regulação, mas seu uso deve ser cuidadoso para evitar impactos negativos no funcionamento do mercado de crédito e do sistema financeiro como um todo. Megale destacou que o aumento do IOF não necessariamente promove justiça tributária entre pobres e ricos.
Megale dividiu sua análise em duas partes principais. Primeiramente, abordou a pertinência do uso do imposto para fins arrecadatórios, reconhecendo que o governo aumentou o IOF para complementar as receitas e atingir as metas fiscais. O economista ressaltou que, sem o aumento do IOF, o governo teria que cortar outras despesas ou aumentar outros itens de arrecadação.
O especialista explicou que o IOF tem uma característica extrafiscal, sendo considerado um imposto regulatório. Diferentemente dos impostos fiscais, que precisam ser aprovados pelo Congresso, o IOF pode ser implementado imediatamente por decreto, justamente por ser um instrumento que o governo utiliza para corrigir distorções ou mal funcionamento de mercados.
Megale questionou se a medida, da forma como foi implementada, é um bom instrumento de justiça tributária. Em sua opinião, o decreto do IOF gera grandes distorções e dificulta o acesso das empresas ao crédito, sem necessariamente promover uma distribuição mais justa da carga tributária.
O economista argumentou que a verdadeira justiça tributária está mais relacionada a reformas no imposto de renda, um tema que, segundo ele, merece mais atenção e discussão.
Fonte: CNN Brasil