Ataque de Israel em cafeteria deixa mais de 40 mortos na costa de Gaza
Mais de 40 pessoas morreram em um ataque aéreo israelense que atingiu um café perto do porto da Cidade de Gaza, segundo o chefe do maior hospital do território.
O Dr. Mohammad Abu Silmiya, diretor do hospital Al-Shifa, informou em uma atualização na noite de segunda-feira (30) que pelo menos 41 pessoas morreram e 75 ficaram feridas no ataque.
Vídeos geolocalizados pela CNN mostram fumaça espessa subindo do local, bem como danos generalizados ao café e à área ao redor. Eles também mostram corpos sendo removidos em macas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) informaram à CNN que o ataque está “sob análise”.
Em resposta a perguntas sobre o ataque, as IDF disseram: “Hoje mais cedo (segunda-feira), as Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram vários terroristas do Hamas no norte da Faixa de Gaza. Antes do ataque, medidas foram tomadas para mitigar o risco de danos a civis por meio de vigilância aérea.”
O café Al-Baqa era um local conhecido por estudantes, jornalistas e trabalhadores remotos, pois oferecia internet e um local de trabalho na costa do Mediterrâneo.
Ele também informou que o hospital estava com falta de leitos de UTI e anestésicos para tratar as vítimas. O número de mortos aumentou ainda na noite de segunda-feira, depois que algumas pessoas morreram em decorrência dos ferimentos.
“Estamos tratando os feridos no andar do hospital, pois não há quartos e leitos disponíveis”, acrescentou o diretor.
Entre os mortos estava o jornalista freelancer Ismail Abu Hatab, segundo outros jornalistas presentes no local.
O Escritório de Imprensa do Governo, controlado pelo Hamas, afirmou que sua morte elevou para 228 o número de jornalistas mortos por ações militares israelenses em Gaza desde outubro de 2023.
Líderes israelenses se separaram antes do encontro com Trump
A notícia do ataque surge no momento em que líderes israelenses debatem como prosseguir com a guerra em Gaza, antes de uma reunião prevista entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente dos EUA, Donald Trump, em 7 de julho.
Uma fonte familiarizada com as discussões disse à CNN que Israel ainda não havia chegado a uma decisão política após dois dias consecutivos de reuniões entre Netanyahu e seus principais conselheiros e ministros.
No entanto, a fonte afirmou que Netanyahu está interessado em um acordo de cessar-fogo.
Trump tem pressionado abertamente pelo fim da guerra em Gaza, afirmando na sexta-feira (27) que um cessar-fogo será firmado “dentro de uma semana”.
O pequeno grupo de altos funcionários do governo israelense inclui ministros de extrema-direita, como Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich, que defenderam veementemente a intensificação do bombardeio de Gaza, e outras autoridades como Aryeh Deri, que defendem um acordo abrangente sobre a questão dos reféns, o que poria fim à guerra.
Ben Gvir, líder do partido Poder Judaico, insistiu que uma “ação decisiva” deve ser tomada em Gaza e expressou frustração com o fato de Israel estar desperdiçando tempo e oportunidades a cada dia, disse a fonte.
O premiê está tentando chegar a uma decisão antes de sua viagem a Washington, D.C., para se encontrar com Trump, disse a fonte, acrescentando que eles podem ter que tomar uma decisão esta semana.
No domingo (29), Netanyahu disse que “muitas oportunidades se abriram” após as operações militares de Israel no Irã, incluindo a possibilidade de trazer de volta para casa os reféns restantes mantidos em Gaza.
Fonte: CNN Brasil