Malufistas nunca defenderam a ditadura militar, diz Lula
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse, neste domingo (3), que os apoiadores de Paulo Maluf, ex-prefeito e governador de São Paulo, nunca defenderam a ditadura militar, em uma referência aos direitistas que hoje são favoráveis ao regime de exceção que vigorou entre 1964 e 1985.
“Não é obra que ganha a eleição. Se obra ganhasse eleição, o Bolsonaro não teria sido eleito, porque ele nunca fez nada. E ele não teria tido a força que teve no processo eleitoral. Porque viaja o Brasil e não encontra nada que ele fez. Era a política e a luta contra o sistema. Porque ele faz parte do sistema. Mas conseguiu achar que é o Lindbergh [Farias] e o Lula que é do sistema”, disse o presidente durante o 17º Encontro Nacional do PT, em Brasília.
“E conseguiram uma proeza ofensiva contra nós, defendendo coisa que a extrema direita brasileira sempre teve vergonha. Eu briguei contra o Maluf São Paulo durante 40 anos. Os malufistas nunca defenderam a ditadura militar. Aliás, é importante lembrar que o Maluf foi o cara que enfrentou o Geisel quando ele tentou lançar o Laudo Natel. Hoje a direita tem a cara de pau de defender as torturas do general Ustra”, prosseguiu.
Maluf foi filiado a Arena, partido oficial da situação durante a ditadura. No período, ele foi prefeito de São Paulo, entre 1969 e 1971. Posteriormente, chegou ao governo do estado (1979-1982). Também foi deputado federal.
O general Carlos Alberto Brilhante Ustra foi citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), enquanto ainda era deputado, em 2016, durante a votação do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT) na Câmara.
Dilma foi presa e severamente torturada durante a ditadura. Em maio, ela foi anistiada pela Comissão de Anistia do Ministério dos Direitos Humanos por ter se dedicado na defesa da democracia, da igualdade e da educação estudantil e dos direitos sociais, por meio de intensas atividades políticas e de posição aos abusos cometidos pelo regime militar.
*Publicado por Douglas Porto
Fonte: CNN Brasil