Análise: Julgamento dos “kids pretos” deixa bolsonarismo sem respiro

O STF (Supremo Tribunal Federal) definiu para 11 de novembro o início do julgamento do núcleo 3 do plano de golpe de Estado, dos chamados “kids pretos”. A data escolhida pelo ministro Flávio Dino coincide com o prazo final para a publicação do acórdão de outro processo significativo no cenário político nacional. A análise é de Edilene Lopes, no CNN 360º.

A data marca exatamente dois meses após outro importante julgamento, o de Jair Bolsonaro (PL), e a coincidência temporal não passou despercebida por analistas políticos. “Esse prazo é aguardado não apenas pela base política de Bolsonaro, mas por todo o mundo político para definir se vai cumprir a prisão em regime fechado ou se vai cumprir em domiciliar”, afirmou Edilene.

“A publicação desse acórdão é muito aguardada e mexe no jogo político do Brasil”, prosseguiu a analista. O acórdão é considerado um documento crucial, que definirá detalhes importantes sobre a execução da pena estabelecida.

Núcleo investigado

O grupo conhecido como “kids pretos” integra uma parte específica das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil. O caso, denominado “punhal verde e amarelo”, também inclui investigações sobre supostos planos contra Luiz Inácio Lula da Silva e Geraldo Alckmin. “O punhal verde e amarelo é algo que tem muito peso nessa história e, do ponto de vista jurídica, deve ser uma punhalada na base de Jair Bolsonaro”, avalia Edilene.

A decisão de iniciar este novo julgamento em uma data tão significativa demonstra a continuidade das investigações relacionadas aos eventos que marcaram a política brasileira. O processo envolve principalmente militares, representando uma nova fase nas investigações sobre a tentativa de ruptura institucional.

O timing escolhido para o início deste julgamento é considerado estratégico por especialistas, pois mantém o ritmo das investigações sem interrupções. A decisão evidencia a determinação do Judiciário em dar sequência à análise de todos os aspectos relacionados às tentativas de desestabilização das instituições democráticas brasileiras.