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Metade dos bares de SP teve queda no faturamento por crise do metanol


O comércio de bebidas destiladas enfrenta momento de crise com a falsificação e as intoxicações por metanol.

No primeiro final de semana após repercussão do tema, metade dos bares de São Paulo teve queda no faturamento, segundo dados da Abrasel São Paulo (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes de SP) publicados nesta terça-feira (7).

De forma geral, o resultado foi positivo para o setor: a pesquisa mostrou que 74% dos negócios consultados mantiveram o faturamento estável, com apenas 26% apresentando queda nos ganhos.

A divisão por segmento, porém, mostra que alguns estabelecimentos sofreram mais que o outros.

Restaurantes, lanchonetes e pizzarias apresentaram 78% de estabilidade ou crescimento, enquanto bares, mais dependentes de destilados, mostraram quase metade (48%) mantendo equilíbrio.

“Não se trata de uma crise do setor de alimentação fora do lar, mas de um ataque criminoso a uma categoria específica de produtos”, resume a análise.

Os dados indicam que o consumidor não deixou de frequentar os bares, apenas mudou o consumo. A Abrasel aponta que o consumo de cervejas, vinhos e bebidas sem álcool aumentou, demonstrando uma preocupação pontual e a busca por opções consideradas mais seguras.

85% dos empresários relataram que a preocupação dos clientes foi apenas pontual.

“Os bares e restaurantes de São Paulo reagiram de forma rápida e responsável, reforçando a comunicação com os clientes e adotando medidas de segurança nas compras. O movimento se manteve estável, o que demonstra a confiança do público nos estabelecimentos que seguem as boas práticas”, afirma Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel SP.

Comunicar-se com o cliente demonstrou ser importante no momento, já que 80% dos estabelecimentos que adotaram ações informativas e de diálogo com o público, mantiveram ou aumentaram faturamento. A taxa cai para 61% naqueles que não mantiveram comunicação ativa.

Além de realizar treinamentos e lançar uma cartilha com orientações de segurança, a Abrasel também faz recomendações como:

  • Compras apenas de fornecedores confiáveis: priorizar distribuidores legalizados e reconhecidos, com nota fiscal e histórico sólido;
  • Descarte seguro: inutilizar garrafas vazias (quebrando-as quando possível) antes do descarte, para impedir o reaproveitamento.

“Os falsificadores utilizam garrafas originais, o que dificulta identificar a fraude apenas visualmente. É essencial agir na origem do problema”, conclui Gabriel Pinheiro.



Fonte: CNN Brasil

Rubem Gama

Servidor público municipal, acadêmico de Direito, jornalista (MTB nº 06480/BA), ativista social, criador da Agência Gama Comunicação e do portal de notícias rubemgama.com. E-mail: contato@rubemgama.com

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